Contas do governo têm pior resultado para setembro em 17 anos
Trata-se do pior
valor, para meses de setembro, desde o início da série histórica para este
indicador, em 1997. Este também foi o segundo mês consecutivo no qual o
resultado das contas públicas é o pior, para o mês em questão, nos últimos 17
anos. O mesmo fenômeno foi registrado em agosto deste ano.
De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, o fraco
resultado do último mês está relacionado com a antecipação do pagamento da
primeira parcela do décimo terceiro dos aposentados e pensionistas. Esta
antecipação, porém, já vem sendo feita desde 2006.
Acumulado do ano
e meta fiscal
No acumulado deste ano, até setembro, ainda segundo dados oficiais, houve uma
forte queda no esforço fiscal de 49%, para R$ 27,94 bilhões, visto que, de
janeiro a setembro do ano passado, o superávit somou R$ 54,8 bilhões. O recuo
do superávit primário, neste ano, soma R$ 26,85 bilhões.
A meta de superávit primário do governo, para este ano,
está fixada em R$ 108,1 bilhões. Para todo o setor público consolidado, o que
inclui, também, os estados, municípios e empresas estatais, a meta para o ano
de 2013 é de R$ 155,9 bilhões, o equivalente a cerca de 3,2% do PIB.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou, na
revisão do orçamento deste ano, no mês passado, que o setor público poderá
abater cerca de R$ 45 bilhões da meta global de R$ 155,9 bilhões por conta de
gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ? possibilidade já
autorizada pelo Congresso Nacional.
Com isso, o superávit primário de todo o setor público
poderia recuar para até cerca de R$ 111 bilhões neste ano ? o equivalente a
2,3% do PIB. Para atingir esta meta, a equipe econômica anunciou, em julho, um
bloqueio extra de R$ 10 bilhões em gastos na peça orçamentária deste ano, valor
que se soma aos R$ 28 bilhões já cortados em maio de 2013.
Despesas crescem
mais que receitas
Os números do Tesouro Nacional mostram que as despesas continuam crescendo a um
ritmo mujito mais forte do que a arrecadação federal neste ano.
Nos nove primeiros meses de 2013, a receita total (o que
inclui dividendos de estatais) somou R$ 834 bilhões, com alta de 8%, ou R$ 61,5
bilhões, frente ao mesmo período do ano passado (R$ 773 bilhões).
Ao mesmo tempo, as despesas totais do Tesouro Nacional
somaram R$ 666 bilhões de janeiro a setembro deste ano, com uma alta maior
frente a igual período do ano passado: de 13,5% - o equivalente a R$ 79,25
bilhões de expansão.
Gastos com
investimentos
No caso dos investimentos, as despesas somaram R$ 46,5 bilhões de janeiro a
setembro deste ano, informou o Tesouro Nacional, valor que representa aumento de
2,9% frente a igual período de 2012 (R$ 45,2 bilhões).