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Sandra Belê pesquisa "Inselênças" em São João do Tigre, e trabalho vira show

As Inselênças, também chamadas de Cantigas de Guarda ou Cantigas de Sentinela, são pequenos cânticos executados em cerimônias fúnebres, sendo uma forma de expressão musical típica da região Nordeste do Brasil. Esses cantos eram executados como formar de conduzir a alma do falecido em direção ao céu, "encomendar o corpo" como usualmente se fala. Atualmente, esses cantos vêm deixando de existir no cotidiano popular, contudo, algumas pessoas guardam esses registros musicais na memória, por terem aprendido pela passagem desses cânticos de geração a geração.

Buscando registrar essa memória, e ressignificar esses cantos fúnebres, no projeto multimídia "Cantando para o eterno", com direção de Elisandra Romeria (Sandra Belê), produzido como trabalho de conclusão de curso da graduação em Arte e Mídia da Universidade Federal de Campina Grande  UFCG, realizou-se um trabalho de pesquisa e registro das Inselênças junto a moradores da comunidade do Injeitado, em São João do Tigre, Cariri paraibano, localizada a cerca de 250Km de Campina Grande.

Segundo Sandra: ?Fazer um trabalho voltado aos cantos fúnebres chamados Inselênças sempre foi um objetivo pessoal meu, e diante de tal desejo, já havia pesquisado certa vez algumas localidades do Cariri Paraibano em busca dessas canções. Ou seja, ao determinar que este seria o meu objeto de trabalho para meu Projeto Multimídia, trabalho de conclusão da minha graduação em Arte e Mídia pela UFCG, me veio de maneira certeira o nome do município de São João do Tigre, Cariri Paraibano, como cenário ideal?.

Como base nesse material recolhido junto à memória desses habitantes da região de São João do Tigre, o projeto multimídia ?Cantando para o eterno? procurou ressignificar algumas dessas canções, gravando-as em novos arranjos pautados em base eletrônica, e também as apresentando num show musical, o qual será apresentado no próximo dia 18 de setembro, às 19 horas, no Mini Teatro Paulo Pontes em Campina Grande-PB (anexo ao Teatro Municipal Severino Cabral).

O projeto tem orientação do professor João de Lima Neto, e além da direção geral assinada por Elisandra Romeria, a equipe é também composta por Raphael Rio e Romério Zeferino na assistência de direção. Carlos Mosca na direção de arte e Duílio Cunha na assessoria cênica.
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