Mais Médicos prioriza contratação de profissionais graduados no Brasil
Com novos profissionais e mais recursos para os postos de saúde, cidadãos como Mario Alberton, morador de Curitiba (PR), ganharão mais qualidade de vida. ?Ninguém quer ir para o Mato Grosso, Amazonas, Acre. O salário lá é de R$ 18 mil, R$ 25 mil, mas eles não querem ir. Se o médico é um profissional que ama o que faz, ele vai trabalhar com prazer nesses locais?, acredita. Seu Mario é usuário da Unidade Básica de Saúde de Lotiguaçú, que fica a 15 quilômetros do centro de Curitiba. Há três meses, apenas um médico residente atende no local.
É para garantir atendimento ao seu Mario e a outros brasileiros que o Ministério da Saúde lançou o Mais Médicos. Os profissionais do programa receberão uma bolsa mensal de R$ 10 mil, paga pelo Governo Federal, além de ajuda de custo para deslocamento e moradia. Os candidatos estrangeiros só assumirão as vagas que não forem ocupadas pelos brasileiros, desde que possuam diploma de instituição reconhecida, habilitação para o exercício da Medicina e familiaridade com a língua portuguesa.
Quem atender a todos os itens passará por curso em uma universidade pública durante três semanas e receberá registro provisório para atuar apenas na Unidade Básica de Saúde indicada pelo Ministério. Os graduados em outros países não precisarão passar por revalidação de diploma, considerando que com isso eles poderiam atuar em todo o Brasil, competindo com os profissionais brasileiros.
O programa terá duração de três anos e, durante esse período, os médicos passarão por especialização em Saúde da Família, com supervisão de instituições de ensino superior, gestores de saúde e um tutor.
Graduação e residência
A iniciativa de levar médicos para regiões carentes é apenas uma das vertentes do Mais Médicos . Em parceria com o Ministério da Educação, serão aberta também 11.447 vagas nos cursos de Medicina no país e 12 mil vagas para formação de especialistas até 2017. Desse total, 2.415 novas vagas de graduação já foram criadas e serão implantadas até o fim de 2014 com foco nas áreas que mais precisam de profissionais e que possuem a estrutura adequada para a formação médica. Além disso, a partir de 1º janeiro de 2015, os alunos que ingressarem na graduação vão atuar por um período de dois anos em unidades básicas e na urgência e emergência do SUS.